As buzinas cessam
(Mas a inquietude fica)
Os pedestres atravessam no sinal verde
A bengala do cego marcando seus passos
(A inquietude prossegue)
A fila do ônibus está imensa
E o casal de namorados com seus sonhos
(Que a inquietude não acalenta)
O pai de família compra um bilhete
Enquanto o moleque engraxa sapatos
(A inquietude sufoca)
O luminoso sorri e cintila
O colar que o hippie ostenta
(Inquietude irônica e triste)
A porta do elevador sobe e fecha
Homens ocupados apertam botões
(No teto um espelho de inquietude)
A sirene explode pelas rua ocupadas
Incêndio Acidente e Morte
(Inquietude que chora)
A polícia perseguindo o faltoso
Olhos curiosos e limpos esquecem erros
(A inquietude oprime)
A vida padrão do empregado e do patrão
É a meta do menino futuro ancião
(Inquietude que fere)
...
Cala e caminha.
Abraça teus sonhos
E tua inquieta solidão.
Olha-te em teus olhos
E deixa que o horizonte
Torne-se mais límpido.
Ama, entretanto,
A inquietude que te orienta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário